DOM BEDA PEREIRA DE HOLANDA, OSB
104º Abade do Mosteiro de São Bento de Olinda
Abaciado: 1995 a 2002
Abaciado: 1995 a 2002
Nasceu em 8 de agosto de 1938
Emitiu os votos monásticos em 8 de dezembro de 1964
Ordenado padre em 24 de outubro de 1969
Eleito abade em 19 de março de 1995
Bênção Abacial: 25 de março de 1995
Resignou em 2002
(Cf. Dados colhidos no Diretório Litúrgico da Congregação Beneditina do Brasil, edição de 2009)
Observação: O texto a seguir, sobre Dom Beda Pereira de Holanda, OSB, é da lavra do ilustre escritor Edson Nery da Fonseca, oblato beneditino e professor emérito da Universidade de Brasília, tendo vindo à luz no Jornal do Comércio, de Recife-PE, em data 3 de abril de 1995.
"MAIS AMADO QUE TEMIDO"
"Dom Beda Pereira de Holanda é o centésimo quarto abade de Olinda"
"O sertanejo teme a seca na mesma medida em que ama a chuva propiciadora da colheita do milho plantado no dia de São José. Eu estava pensando nisso depois da missa conventual do dia 19 de março. Fui conversar no claustro do mosteiro, enquanto os monges capitulares se reuniam mais uma vez para eleger o novo abade.
Logo depois ouvi uma salva de palmas no Capítulo: sinal de que tínhamos abade. Os postulantes, noviços e professos simples foram chamados para conhecer o resultado da eleição e eu voltei à igreja abacial para o Te Deum que, como de costume, entoa-se logo após a eleição de uma abade.
O Te Deum é o grande hino do universo, atribuido por alguns a santo Ambrósio e por outros a Santo Agostinho. (...)
Dom Beda Pereira de Holanda é o centésimo quarto abade de Olinda, numa sucessão que data de 22 de agosto de 1596, quando se iniciou o abaciado de Frei Mâncio da Cruz. Ele escolheu como lema de seu brasão abacial uma das frases mais belas da Regra de São Bento: aquela em que o santo patriarca determina aos abades que sejam mais amados que temidos.
Comentando este versículo 15 do capítulo 64 da Regra, lembra o erudito beneditino García Colombás que, embora a predominância do amor sobre o temor tenha sido prescrita na Regra de Santo Agostinho, sua origem remonta a autores como Cícero, Sêneca, Tácito, Homero e Xenofonte. Assim, a mensagem beneditina plus amari quam timeri tem raízes tanto na sabedoria do deserto como na cristã e na clássica. Eis o retrato fiel do novo abade: deseja ser mais amado que temido. Retrato psicológico. Radiografia de uma alma.
Batizado com o nome de Antônio, ele foi recebido no mosteiro pelo antigo abade Basílio Penido, que lhe deu o nome monástico de Beda, o venerável santo beneditino do século VIII, muito caro a seus patrícios ingleses, por haver escrito a monumental história eclesiástica da nação. Canonizado por Leão XIII em 1899, a ele devemos a abreviatura AD (Anno Domini) para datar a história da humanidade a partir do nascimento de Cristo.
O novo abade é natural de Ouricuri, e logo me lembro de Ascenso Ferreira entoando seu poema: ´Sertão! - Jatobá! - Sertão! - Cabrobró! - Cabrobró! / Ouricuri! / Exu! / Exu! / Lá vem o vaqueiro, pelos atalhos, /tangendo as reses para os currais... / Blém... blém... blém... cantam os chocalhos / dos tristes bodes patriarcais´.
Nós da Zona da Mata nos acostumamos com a literatura do massapê: a poesia de Manuel Bandeira e João Cabral, o romance de José Américo e José Lins do Rego, o ensaio de Joaquim Nabuco e Gilberto Freire. É preciso, entretanto, não esquecer o Sertão imortalizado pela música poética de Luiz Gonzaga e pela arte armorial de Ariano Suassuna.
É deste sertão da Asa branca e da Pedra do reino que vem o novo abade beneditino de Olinda. Vem para ser mais amado que temido. Amado como a chuva propiciadora da colheita do milho plantando no dia de São José."
POSTADO POR
Osmar Lucena Filho
Só DEUS sabe a importância deste grande homem na minha vinha vida / caminhada.
ResponderExcluirDEUS seja louvado.
Ass.: Maestro Urbano Medeiros e família