sábado, 27 de fevereiro de 2010


Frei José de Santa Júlia Botelho exerceu, por longos anos, mais precisamente de 1881 a 1895, a alta função de Abade do Mosteiro de Olinda, em Pernambuco.
Por ocasião da chegada a Olinda dos "Monges de Maredsous", encarregados, por Leão XIII, de "restaurar" a Ordem beneditina no Brasil, Frei José de Santa Júlia Botelho renunciou ao citado posto, indo fixar residência no Mosteiro da Paraíba.
Também junto a esse cenóbio, assumiria Frei José o cargo de abade, administrando-o até 19 de julho de 1903, quando, "depois de longa enfermidade e confortado com os últimos sacramentos" , entregou sua grande alma ao Criador.







DOM PEDRO ROESER, OSB
* 1870 + 1955
Abade de Olinda, de 1907 a 1933
Fundou, em 1912, a Escola Agrícola e Veterinária do Mosteiro de São Bento de Olinda
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"O abade D. Pedro Roeser propôs, em 3 de julho de 1912, na reunião (capítulo) dos religiosos doMosteiro de São Bento, em Olinda (Pernambuco), a fundação de uma escola agrícola, sendo oprojeto unanimemente aprovado. Na mesma oportunidade foi decidido que os lentes para a referida escola seriam os próprios monges, e como não havia condições de mandar alguns delespara a Europa para se formarem, em função de a comunidade beneditina ser muito pequena,seriam convidados dois professores europeus para instruir os futuros monges professores. O abade D. Pedro Roeser consultou revistas científicas da Alemanha e da Áustria, buscando identificar um médico veterinário e um agrônomo para a escola. Apareceram oito candidatos,dentre os quais foram escolhidos o professor de medicina veterinária Hermann Rehaag,posteriormente professor de zootecnia da Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Viçosa,Minas Gerais), e o professor de ciências naturais e de agricultura Johan Ludwig Nikolaus. HermannRehaag nasceu em Pressitten (Prússia), em 4 de março de 1884, estudou na Universidade deGiessen, diplomou-se na Universidade de Berlim (1911), e era inspetor do matadouro de Braetz,quando se transferiu para Olinda. Johan Ludwig Nikolaus nasceu a 25 de setembro de 1886, emCzernowitz (Áustria), formou-se na Escola Superior de Agricultura desta cidade, foi professor dequímica e de experiências agrícolas (1905) desta mesma escola, vice-diretor do Jardim Botânicoda cidade, e trabalhava no Ministério da Agricultura de Bukovina (Rumania) quando veio para Olinda.

(...)
Sem apoio governamental, o abade D.Pedro Roeser resolveu fundar a Escola Agrícola eVeterinária do Mosteiro de São Bento de Olinda nas próprias dependências do Mosteiro de SãoBento. Seriam duas escolas em uma, particulares, mas de ensino gratuito. Em 3 de novembro de1912 houve o lançamento da pedra fundamental da instituição, e ao final de 1913 a obra foiconcluída.Na solenidade de inauguração da Escola Agrícola e Veterinária do Mosteiro de São Bento de Olinda, em 1º de fevereiro de 1914, o abade D.Pedro Roeser, fundador e primeiro diretor dainstituição, ressaltou a importância daquela iniciativa: Eis o que para mim é prova evidente de que em boa hora, acertei nos desejos do glorioso Povo Pernambucano com o fundar desta Instituição. A reflexão iluminad apela graça de Deus e confirmada pelos altos pareceres de meus Superiores deu-me a ver claro que a missão a seguir nesta nossa Abadia Olindense erajustamente aquela mesma de que o nosso Pai S. Bento tantas vezes nos adverteem incisos de sua santa Regra: A Cultura do Solo. O admirável progresso quefizeram as ciências naturais em nossos dias produziu uma completa revolução naAgricultura. Ora o agricultor hoje me dia já não pode mais guiar-se pelos processosde antanho, a criação do gado com a seleção artificial, que o melhora, entrou porestradas completamente novas, o tratamento dos animais domésticos e rurais já sefaz por novos horizontes, que as luzes da ciência vão dia a dia dilatando, entãoque fazer para cumprirmos à letra a Regra Santa da nossa Ordem Caríssima?Abrir a dupla Escola de Veterinária e Agricultura, sujeita a todos os métodosmodernos que a ciência requer”. (Apud , PRIMEIRO, 1916)Nesta ocasião o abade beneditino também destacou os vários apoios recebidos para aquelainiciativa da comunidade beneditina, como o de João Alfredo Corrêa de Oliveira (presidente doBanco do Brasil), de Manoel Paulino Cavalcanti (futuro diretor da Escola Superior de Agricultura eMedicina Veterinária, no Rio de Janeiro), de Fabio da Silveira Barros (presidente do senadoestadual), de Juvencio Mariz (Inspetor Agrícola), de Luiz Correia de Britto (fundador do postozootécnico de Jaboatão), de Antonio Pereira da Silva Lima, de João da Costa Pereira (fornecedorde preparados para o Instituto Bacteriológico), e de João Ignacio Cabral de Vasconcellos.As matrículas para o curso preparatório foram abertas em 5 de fevereiro de 1913, e as atividadesiniciaram-se em 1º de fevereiro de 1914, com a inauguração dos dois cursos, o de agricultura e ode medicina veterinária. O prédio que abrigaria a Escola Agrícola e Veterinária do Mosteiro de SãoBento de Olinda foi inaugurado no dia 14 de fevereiro de 1914, em solenidade que contou com abênção do Arcebispo de Olinda D. Luiz Raymundo da Silva Britto, e com a apresentação de umaorquestra regida pelo maestro Euclydes Fonseca, discípulo de Carlos Gomes." (Cf. Internet).
Dom Pedro Roeser, OSB, faleceu em 1955.
UMA
PESQUISA E TEXTO:
OSMAR LUCENA FILHO

COMUNIDADE BENEDITINA, REUNIDA NO CORO DO MOSTEIRO DE OLINDA, NO ANO DE 1986, POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO LIVRO "BENEDITINOS EM OLINDA: 400 ANOS", PRECIOSA COLETÂNEA DE TEXTOS E FOTOS SOBRE A ATUAÇÃO DOS FILHOS DE SÃO BENTO EM PERNAMBUCO.
AO CENTRO DA FOTO, O ENTÃO ABADE DOM BASÍLIO PENIDO, OSB.
(Acervo: Osmar Lucena Filho)

Frei Felipe de São Luiz Paim, OSB
Ex-abade de Olinda

Exerceu o cargo de Abade do Mosteiro de Olinda entre 1854 e 1860, tendo-se responsabilizado por grandes reformas no edifício monástico, como consta de texto gravado numa lousa afixada no interior deste. Diz o escrito: "ESTE MOSTEIRO FOI TODO REEDIFICADO NO ANO DE 1860, SENDO D. ABBADE O M.R.P.P. FREI FILIPPE DE S. LUIS PAIM."

Frei Felipe terminou sua jornada neste mundo, em Prazeres, no dia 13 de junho de 1885.

Em 25 de agosto de 1938, seus despojos mortais foram trasladados de Muribeca, no Estado de Sergipe, para o mosteiro olindense, em cujo claustro foram, numa cavidade aberta no interior da própria terra, piedosa e religiosamente, inhumados.

Pesquisa e texto: Osmar Lucena Filho
Fonte: Beneditinos em Olinda - 400 anos
EDIÇÃO: SANBRA - SOCIEDADE ALGODOEIRA DO NORDESTE. 1986.



















DOM BONIFÁCIO JANSEN, OSB

Nasceu na Alemanha a 18 de março de 1879, ingressou na Ordem a 21 de maio de 1899 e professou na serra do Estêvão a 14 de setembro de 1903, tendo recebido o presbiterato em Fortaleza, a 24 de janeiro de 1904.
Chegado ao Brasil em 1896, veio para o Ceará três anos após, tendo permencido em nosso Estado até 1909, aqui mantendo vasto círculo de relações.
Foi, sucessivamente, prior dos mosteiros de Santa Cruz (18.4.1908 a 13.2.1909), Olinda e Sorocaba, celeireiro dos de São Paulo e Rio de Janeiro e, por fim, abade de Olinda, cargo que exerceu de 22 de junho de 1933 a 14 de março de 1964, quando veio a falecer.
(Cf. Serra do Estêvão - autor: José Bonifácio de Sousa. In Revista do Instituto do Ceará)
Dom Bonifácio Jansen está sepultado no claustro do mosteiro de Olinda, sobre cuja campa podem ser divisadas estas expressões latinas:
"HIC JACET RESSURECTURUS
BONIFACIUS JANSEN
CI ABBAS HUJUS MONASTERII
CUI ANNOS XXI PRAEFUIT
NAT XVIII MART. MDCCCLXXIX
DEF SABATTO SITIENTES
XIV MART. MCMLXIV
SILENS CRUCEAT DILIXIT
SITIENS CAELOS MIGRAVIT"
Uma pesquisa e texto efetuados por
OSMAR LUCENA FILHO

ABAIXO: Foto de Dom Bonifácio Jansen, quando jovem.













DOM GERARDO VAN CALOEN, OSB

"Nasceu no castelo de Lophen, perto de Bruges, na Bélgica, a 12 de março de 1853. Tendo abraçado desde cedo a vida monástica, professou no mosteiro de Meredsous, a 25 de maio de 1874, e ordenou-se a 23 de dezembro de 1876.

Quando exercia as funções de Procurador da Congregação beneditina de Beuron, junto à Santa Sé, foi por esta incumbido de restaurar a Congregação brasileira, e, com esse intuito, veio para o Brasil, com outros monges da Ordem, instalando-se no mosteiro de Olinda a 17 de agosto de 1895.

Seu nome está indissoluvelmente ligado às mais caras efemérides do mosteiro de Santa Cruz, da serra do Estêvão, não só por ter sido o seu idealizador, como também por ter conseguido os elementos materiais para a sua erecção. Coube-lhe, igualmente, presidir a escolha do primeiro abade daquela comunidade, depois de ter obtido da Santa Sé a elevação da mesma à categoria de abadia.

Na hierarquia da Ordem beneditina, exerceu no Brasil as mais elevadas dignidades, a saber: Abade do mosteiro de Olinda (20.5.1896); Vigário Geral da Congregação e Abade do mosteiro do Rio de Janeiro (28.2.1905); Bispo titular da Focéa, Abade nulius e Prelado do Rio Branco (12.3.1906); Arquiabade da Congregação brasileira (6.9.1908), cargo ao qual renunciou em 1915.

Sobre a última fase de sua vida, escreveu Dom Joaquim de Luna: - ´Dom Gerardo resolveu então deixar o Brasil, país que muito amava e onde havia dedicado, durante vinte anos, o melhor de suas forças e de sua saúde em prol da restauração dos mosteiros da Ordem. Com um último adeus, deixou em 1919 a sua segunda pátria, embarcando com destino à Bélgica. Ali recolheu-se ao mosteiro de Santo André, por ele fundado. Mas como já não pudesse adaptar-se ao clima, foi residir no Sul da França, em Cap d´Antibes, onde desenvolveu verdadeiro apostolado em prol dos russos refulgiados na França e da união da Igreja Ortodoxa à Igreja de Roma. Aos 16 de janeiro de 1932 faleceu santamente aos 79 anos incompletos. Os seus restos mortais repousam na Abadia de Santo André.

A Congreção beneditina muito deve à mémória desse grande monge, pois se Dom Domingos da Transfiguração Machado foi a alma de sua restauração, Dom Gerardo van Caloen foi o braço que a executou.´

Versado em ciências e letras, publicou no "Bullein des Oeuvres Bénédictines au Brêsil" vários trabalhos sobre o Ceará."

Fonte deste texto: Revista do Instituto do Ceará - Serra do Estêvão - autor: José Bonifácio de Sousa.

DIGITADO E POSTADO POR

Osmar Lucena Filho

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010



DOM GERARDO VAN CALOEN, OSB.
* 1853 + 1932
CO-RESTAURADOR DA CONGREGAÇÃO BENEDITINA DO BRASIL.

Uma das figuras notáveis da Igreja Católica no Brasil, entre fins do século XIX e inícios do século XX, descendia Dom Gerardo van Caloen, OSB, de uma antiga família nobre de Flandres, que se tornou monge beneditino na famosa abadia de Maredsous, Bélgica.
Em 1895, o Papa Leão XIII o enviou ao Brasil para colaborar na obra de restauração da Congregação beneditina brasileira; um trabalho que Dom Gerardo levou avante, coadjuvado por seu irmão de hábito, Frei Domingos da Transfiguração Machado, OSB.
Tal atividade - a de reavivar a Ordem de São Bento no Brasil - consumiu nada menos que 15 anos de árdua ação desses dois beneditinos.
Entre outras funções eclesiásticas exercidas, no Brasil, por Dom Gerardo, prevalece a de ter sido abade do mosteiro de Olinda em 1896, cenóbio que ele haveria de reger até por volta de 1903.
Dom Gerardo van Caloen foi também incumbido, em 1908, pelo Papa Pio X, de reger a Prelazia do Rio Branco (Acre). Faleceu, piedosa e placidamente, em 16 de janeiro de 1932, na França.
Pesquisa e texto: Osmar Lucena Filho


FREI DOMINGOS DA TRANSFIGURAÇÃO MACHADO, OSB.

O "restaurador" da Congregação Beneditina do Brasil.

"Frei Domingos da Transfiguração Machado nasceu na grande ilha de Itaparica, situada à entrada da Baia de Todos os Santos."

(Cf. Frei Domingos da Transfiguração Machado, o Restaurador da Congregação Beneditina no Brasil. Autor: Pe. Dr. Michael Emilio Scherer O.S.B. - Edições Lumen Christi. RJ. 1980).

Aos 17 anos de idade, em 13 de junho de 1842 ingressou na Ordem beneditina. No dia 3 de dezembro de 1847, Dom Romualdo de Seixas, arcebispo da Bahia, conferiu-lhe o presbiterato.

Após incessante luta, travada em fins do século XIX (1895), em vista da restauração da Ordem de São Bento, em terras brasileiras, Frei Domingos da Transfiguração Machado entregou sua grande alma ao Criador. Estava-se em 1º de julho de 1908, na mesma data em que, em 1827, o Papa Leão XII, pelas Letras Apostólicas "Inter gravissimas curas" havia constituído a Congregação beneditina brasileira.

Pesquisa e texto: Osmar Lucena Filho.