DOM GERARDO VAN CALOEN, OSB
"Nasceu no castelo de Lophen, perto de Bruges, na Bélgica, a 12 de março de 1853. Tendo abraçado desde cedo a vida monástica, professou no mosteiro de Meredsous, a 25 de maio de 1874, e ordenou-se a 23 de dezembro de 1876.
Quando exercia as funções de Procurador da Congregação beneditina de Beuron, junto à Santa Sé, foi por esta incumbido de restaurar a Congregação brasileira, e, com esse intuito, veio para o Brasil, com outros monges da Ordem, instalando-se no mosteiro de Olinda a 17 de agosto de 1895.
Seu nome está indissoluvelmente ligado às mais caras efemérides do mosteiro de Santa Cruz, da serra do Estêvão, não só por ter sido o seu idealizador, como também por ter conseguido os elementos materiais para a sua erecção. Coube-lhe, igualmente, presidir a escolha do primeiro abade daquela comunidade, depois de ter obtido da Santa Sé a elevação da mesma à categoria de abadia.
Na hierarquia da Ordem beneditina, exerceu no Brasil as mais elevadas dignidades, a saber: Abade do mosteiro de Olinda (20.5.1896); Vigário Geral da Congregação e Abade do mosteiro do Rio de Janeiro (28.2.1905); Bispo titular da Focéa, Abade nulius e Prelado do Rio Branco (12.3.1906); Arquiabade da Congregação brasileira (6.9.1908), cargo ao qual renunciou em 1915.
Sobre a última fase de sua vida, escreveu Dom Joaquim de Luna: - ´Dom Gerardo resolveu então deixar o Brasil, país que muito amava e onde havia dedicado, durante vinte anos, o melhor de suas forças e de sua saúde em prol da restauração dos mosteiros da Ordem. Com um último adeus, deixou em 1919 a sua segunda pátria, embarcando com destino à Bélgica. Ali recolheu-se ao mosteiro de Santo André, por ele fundado. Mas como já não pudesse adaptar-se ao clima, foi residir no Sul da França, em Cap d´Antibes, onde desenvolveu verdadeiro apostolado em prol dos russos refulgiados na França e da união da Igreja Ortodoxa à Igreja de Roma. Aos 16 de janeiro de 1932 faleceu santamente aos 79 anos incompletos. Os seus restos mortais repousam na Abadia de Santo André.
A Congreção beneditina muito deve à mémória desse grande monge, pois se Dom Domingos da Transfiguração Machado foi a alma de sua restauração, Dom Gerardo van Caloen foi o braço que a executou.´
Versado em ciências e letras, publicou no "Bullein des Oeuvres Bénédictines au Brêsil" vários trabalhos sobre o Ceará."
Fonte deste texto: Revista do Instituto do Ceará - Serra do Estêvão - autor: José Bonifácio de Sousa.
DIGITADO E POSTADO POR
Osmar Lucena Filho
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